quarta-feira, fevereiro 23, 2005

A pomada que o puto do Botswana te trouxe está na última prateleira do armário da casa-de-banho. Cuidado com a alteração da pressão atmosférica.

Meus caros, tenho uma patologia (doença, para aqueles que não se encontram crescidos o suficiente naquele jardim secreto que é a cultura, regado pela água que é a inteligência), uma patologia grave que quero partilhar neste espaço cibernético aparentemente multifacetado. Eu sofro de urticária. Não consigo dormir pela comichão infinita que sinto no meu corpo, estado físico hiper-alérgico imposto pela adversidade psicológica que tenho à estupidez, particularmente, à estupidez bípede (que caminha sobre duas pernas, para aqueles que não se encontram crescidos o suficiente naquele jardim secreto que é a cultura, regado pela água que é a inteligência).

Tudo começa com uma ligeira perturbação cutânea que se propaga pelo corpo antes que consigas dizer “otorrinolaringologista” (médico especialista com um nome engraçado, para aqueles que não se encontram crescidos o suficiente naquele jardim secreto que é a cultura, regado pela água que é a inteligência). O fumador diz-me “puto, não coces, mete pomada”, mas eu não consigo. Tenho ¼ do meu corpo em sangue, resultado de combater a par e passo esta terrível condição (com as unhas).

Penso que irei criar uma associação para os Homens que sofrem da mesma doença que eu, pelas mesmas razões que eu. Acho que lhe chamarei algo dentro do “associação daqueles que não usam frases feitas para se mostrarem como gostariam de ser intelectuais e daqueles que gostam da sua boa torrada com o seu belo galão, tudo dentro de uma real e quase palpável intelectualidade”. Curiosamente, ainda conseguimos ser mais do que uma pessoa. (E somos!)